DARKWOOD, Oksana

Tudo o que Oksana sabe sobre seu nascimento é que foi encontrada com apenas alguns dias de vida no banco de um parque em Salem. Sua data de nascimento é incerta, mas foi registrada no dia vinte, após alguns cálculos dos médi-bruxos locais.

Tinha apenas dois meses quando foi adotada por um jovem casal bruxo que morava numa área montanhosa no Colorado. O casal não conseguia ter filhos e por isso havia procurado um orfanato. Sua mãe adotiva se chamava Alice e era muito atensiosa. Infelizmente o pai, Noah, nunca se conformou com o fato de não poder ter seus próprios filhos, e não conseguia de fato se conectar com a filha adotiva. Quando Oksana sonha com eles, lembra-se nitidamente do amor que sentia pelos dois. Mas esses são os únicos momentos em que se lembra deles.

Tinha quase quatro anos quando Alice finalmente conseguiu engravidar, e engravidou de gêmeos. Oksana se animou com a idéia de ter irmãozinhos, afinal não poderia prever que Noah ia perder a cabeça e fazer Alice devolve-la pro orfanato. Seu trauma era gigantesco, fora abandonada duas vezes e mesmo que fosse apenas uma criança, tinha plena consciência disso.

Ficou mais de um ano no orfanato antes de ser adotada pelos Darkwood. Quando Paula apareceu no orfanato, Oksana se fez de invisível, como fazia todas as vezes que um casal novo aparecia. Foi Joel quem a encontrou escondida nos jardins. A garotinha estava brincando de fitar uma flor, fazendo pétala por pétala cair através de magia, sem saber exatamente como fazia isso, mas acontecia às vezes, quando queria muito chorar.

Joel fez as pétalas voltarem ao seu local original, o que deixou Oksana irritada, fazendo com que ela ateasse fogo sem querer na flor inteira. De uma maneira esquisita isso bastou aos dois. No dia seguinte, possuía um novo lar.

Mesmo que não quisesse admitir, desejava lá no fundo poder ter uma família. Assustou-se quando soube que já iria possuir cinco irmãos. E ainda três primos! A realidade é que tinha medo. Medo de ser devolvida novamente, medo de fazer tudo errado.

Sentia-se esquisita naquela casa enorme, talvez não pertencesse àquele lugar. No começo apenas observava as irmãs mais velhas brincarem e Wade emburrado pelos cantos. Com isso tudo, passou a ficar mais perto dos menores, ajudando como podia. Gostava muito de cantar pra que dormissem, mesmo que fizesse isso meio errado.

A primeira aproximação que tentou foi com Wade, uma vez, quando encontrou a casa da árvore. Queria subir também, mas era muito pequena. Arriscou pedir ajuda e recebeu logo de cara uma negativa; também ouviu um vai embora antes de sair correndo. Não sabia nessa época o que realmente estava acontecendo, mas entrou em colapso novamente, achando que nenhum dos irmãos gostava dela, achando que ia ser devolvida novamente por causa deles e numa tentativa de fuga frustrada quase acabou se machucando de verdade. Novamente, foi Joel quem a encontrou.

Tinha mais necessidade de pai do que de mãe, talvez por nunca ter sido aceita por Noah, seu primeiro pai adotivo. Por mais que gostasse de Paula, conforme crescia aproximava-se cada vez mais de Joel. Às vezes achava que ele estava decepcionado não só com Wade, mas com sua família inteira. Quando o irmão dele morreu, então, foi Oksana quem mais o apoiou.

Com o passar dos anos, ela entendeu o que realmente tinha acontecido com Wade e qual havia sido o real motivo que levara os Darkwood até o orfanato naquele dia. Não poderia, porém, afastar-se nunca mais de Joel. Ele era seu pai, do fundo do coração sentia isso. Ficou envergonhada por causa dos próprios pensamentos, sentindo também culpa pelo que tinha acontecido com o irmão adotivo. De uma forma ou de outra, nunca tocou nesse assunto com ele.
[...]
Estudou em Salem como os irmãos e sempre teve as notas mais brilhantes, sem precisar de esforço. Ao se formar, seguiu a vontade do pai e foi para Sileas com a intenção de se tornar advogada como ele, mas acabou escolhendo Diplomagia como seu curso principal. Teve medo de decepcioná-lo, mas incrivelmente obteve apoio na decisão, o que deixou a garota muito feliz.

Tem tamanho mediano, não se destacando muito por sua aparência, tendo uma beleza comum. Seu rosto é alongado e quadrado, com olhos verdes que possuem vários tons. Possui cabelos compridos, que são castanhos e ondulados. Está sempre bem vestida e perfumada, preferindo sempre roupas práticas e confortáveis. Normalmente com uma maquiagem muito leve apenas nos lábios e olhos. Também nunca prende os cabelos, por achar suas orelhas grandes demais.

Quando a chamam de pessimista, Oksana gosta de esclarecer que é apenas realista. E essa é a palavra que melhor a descreve: realidade. Não se encaixa no papel de quem fica criando fantasias; tem os pés bem firmes no chão. Gosta de fatos e explicações lógicas, sendo extremamente racional e parcialmente calculista quando possui um objetivo específico.
Apesar de ser um pouco mais séria, não é do tipo que reclama e raramente está triste, sendo apenas mais quieta, na dela, a salvo atrás da sua parede protetora.